segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Infidelidade Conjugal

A fidelidade conjugal é descrita como o principal dos deveres dos cônjuges, quanto a guardarem, ambos, lealdade recíproca em favor da estabilidade da vida em comum. Estabilidade tem a ver com solidez, segurança e permanência. Vamos exemplificar a estabilidade a uma ponte, é ela quem nos possibilita uma passagem tranquila para o outro lado da margem, sem acidentes durante o percurso.
Aplicando isso a vida conjugal, podemos dizer que muitas pessoas têm se afogado no mar da traição e prostituição que configura a infidelidade conjugal, um percurso extremamente perigoso que pode levar ao desespero, muita dor e, às vezes, à morte quando não houver socorro.
Acompanhamos nos últimos dias o trágico fim de Marcos Kitano Matsunaga, não bastasse ser morto a tiro por sua mulher, Elize Araújo Kitano Matsunaga, foi esquartejado dentro de sua própria casa. Um casal que perdeu a grande oportunidade de escrever uma linda história, mais um desses casos que a gente costuma dizer: “Tinham tudo para serem felizes”. A causa dessa tragédia: “infidelidade conjugal”. Na verdade, tinham quase tudo, ou quase nada, porque faltou o principal: o respeito. E esse foi só mais um final infeliz, dos tantos que acontecem todos os dias no terreno da família, onde deveria prevalecer o amor, respeito, união, enfim, fidelidade conjugal.
Todo ser humano tem a necessidade de ser amado. Deus nos fez assim e desde a criação no Jardim do Éden, quando a mulher ainda não havia sido criada, o próprio Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda” (Gn 2.18b, NVI). E ainda: “Por essa razão, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 1. 24, NVI).
Ademais, no livro do profeta Malaquias, Deus faz uma severa advertência ao seu povo, dizendo: “Portanto, tenham cuidado: ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade. Eu odeio o repúdio, diz o Senhor, o Deus de Israel, e também odeio homem que se cobre de violência como se cobre de roupas, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso, tenham bom senso, não sejam infiéis” (Ml 2.15-16, NVI). Jesus, quando é testado por alguns fariseus, no capítulo 19 de Mateus, responde clara e prontamente que “o que Deus uniu, ninguém separe” (Mt 19.6b, NVI).
Nos escritos de Provérbios, o sábio Salomão inspirado por Deus, dentre outros versículos, dispensa parte do capítulo seis e o capítulo sete na íntegra para trazer advertências contra o adultério e conselhos sábios de que a observância à Palavra de Deus livra o homem das artimanhas da mulher adúltera e que aquele que a segue é como “…um boi que vai para o matadouro; como o cervo que corre para a rede” (Pv 7.22b, NVI). No verso 25, a receita é manter os pensamentos (coração) longe do adultério e ficar afastado de lugares onde haja tal tentação.
É no contexto do casamento que o homem e a mulher devem suprir sua necessidade sexual, dando prazer um ao outro. A Bíblia diz: “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros” (Hb 13.4, NVI). Salomão aconselha, mais uma vez: “Bebe das águas da tua cisterna, das águas que brotam do seu próprio poço” (Pv 5.15, NVI). O problema, talvez, seja a responsabilidade que acompanha o cuidado com água da própria cisterna. Ou seja, o casal deve investir tempo no relacionamento, doar-se, cuidar um do outro, prezar por atenção, carinho e respeito. Para muitos, a infidelidade conjugal não passa de uma fuga de suas responsabilidades como marido ou como esposa e torna-se mais fácil suprir a necessidade sexual sem a necessidade de mudanças.
A falta de sabedoria em conhecer e observar os princípios estabelecidos por Deus, para com o casamento, vai distanciando o casal cada vez mais. E quando a leitura da Palavra de Deus, que deveria ser uma prática diária, se faz apenas no dia do casamento, a inobservância da mesma afeta tremendamente a estrutura, a base da vida conjugal e o desejo de que sejam “felizes para sempre” fica registrado apenas no colorido álbum de fotografias repleto de sorrisos, abraços, beijos e muitas carícias. Já o retrato do dia a dia é bem diferente e as cores vão escoando pelo ralo do ressentimento e falta de perdão e o preto e branco começa a tomar forma.
O relacionamento entre um homem e uma mulher não é um trajeto tão florido como parece ser antes de experimentá-lo. Afinal, somos seres humanos imperfeitos. Mas, com toda certeza, quando caminhamos com Deus e permitimos que Ele transforme e tenha liberdade de efetuar as mudanças e ajustes necessários, em ambas as partes, encorajando-nos a deixar como parte do passado aquilo que não contribui para o bem comum do casamento, teremos nele um trajeto estável e seguro.
O mundo pode ter mudado e muito desde a criação, mas as pessoas continuam seres humanos dotados de sentimentos e necessidades. Por isso, os valores estabelecidos por Deus, para a vida matrimonial, não mudaram e não mudarão. Precisamos de coragem para confrontar os valores de nossa sociedade atual com embasamento naquilo que o nosso Criador determinou para a vida de um homem e uma mulher que se unem para formar uma família cristã.
Clarice Geci Kollenberg Sommer

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